Os dados nos alertam que o racismo continua enraizado no Brasil. Como exemplo, uma pesquisa do Instituto Pólis constatou que os negros sofrem mais com a COVID-19 que os brancos: são 250 óbitos de homens negros pela doença a cada 100 mil habitantes. Entre os homens brancos, são 157 mortes a cada 100 mil. Entre as mulheres, as que têm a pele preta também morreram mais: foram 140 mortes de negras por 100 mil habitantes, contra 85 por 100 mil entre as brancas. Os dados são de São Paulo-SP entre 1º de março e 31 de julho de 2020. O padrão se explica pela discriminação racial refletida na falta de acesso à saúde e na menor possibilidade econômica de fazer quarentena.
Dados da Agência Pública indicam que os negros sofrem discriminação também na fila da vacina contra a COVID-19. Eles são a maioria da população brasileira, mas sua proporção de indivíduos vacinados é de metade em relação aos brancos.
A conclusão que podemos extrair é que os negros são os que mais necessitam de serviços públicos e de um plano de vacinação nacional que atenda a todos os brasileiros. Importante lembrar que os negros também serão os mais prejudicados pela Reforma Administrativa (PEC 32/2020), que destrói esses serviços.
Via Sinasefe