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Mulheres negras lançam petição pública contra Reforma da Previdência

“O cenário de retirada de direitos afeta todos os trabalhadores mas, principalmente, as mulheres negras, cujas condições de trabalhos ainda são precárias, remetendo ao período da escravidão”, diz a socióloga Reginete Bispo, coordenadora do Instituo Akanni.

 

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O Instituto Akanni de Pesquisa e Assessoria em Direitos Humanos, Gênero, Raça e Etnias, em conjunto com entidades parceiras, lança nesta quarta-feira (8 de Fevereiro), às 14h, na Assembleia Legislativa, uma petição pública contra a Reforma da Previdência Social. O documento será entregue à Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Social Rural e Urbana do Estado.

 

  

A ideia da petição pública surgiu durante debate promovido pela Akanni no Fórum Social das Resistências, em janeiro, que reuniu representantes de movimentos de mulheres negras preocupadas com o impacto que a reforma causará a essa população: “O cenário de retirada de direitos afeta todos os trabalhadores mas, principalmente, as mulheres negras, cujas condições de trabalhos ainda são precárias, remetendo ao período da escravidão”, diz a socióloga Reginete Bispo, coordenadora do Instituo Akanni.

A pesquisa Mulheres e Trabalho – uma breve análise do período 2004-2014, elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra as disparidades entre os diferentes grupos de mulheres. No último ano da análise, 39,1% das mulheres negras ainda ocupavam postos precários (renda até dois salários mínimos, sem carteira assinada, entre outras condições).

A advogada especialista em direito da seguridade social, Marilinda Marques Fernandes, alerta para a proposta da aposentadoria aos 65 anos para homens e mulheres. “Os cinco anos a menos que mulheres têm de obrigatoriedade de trabalho para se aposentar são considerados uma reparação por ganharmos menos, tendo tripla jornada de trabalho, com contratos com menor tempo de duração e sermos maioria no trabalho informal. Não podemos ignorar este aspecto sócio-histórico”, afirma a profissional, que também assina o documento.

Desde a sua criação, em 2005, o Instituto Akanni trabalha com o recorte racial, atuando junto a comunidades quilombolas, na área da violência e em questões de segurança pública que afetam a população negra, principalmente os jovens. A partir de 2008, passou a trabalhar com a população de imigrantes e refugiados, principalmente africanos e caribenhos, que, além das dificuldades culturais e da língua, ainda têm de enfrentar o racismo.

Após o ato de lançamento na Assembleia Legislativa começará a etapa de coleta de assinaturas. Além disso, o Instituto Akanni promoverá, em março, seminário nacional para a discussão da Reforma da Previdência sob a ótica da população negra, em especial, das mulheres.

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Fonte: Sul 21 com informações do  Instituto Akanni | Matéria retirada na íntegra do vermelho.org.br

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