Fotografia em destaque: Antonio Cruz/Agência Brasil
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Bolsonaro já anunciou a governadores que vai vetar os reajustes até o fim de 2021 no pacote de ajuda aos estados para a pandemia de coronavírus
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na fatídica reunião ministerial de 22 de abril que a suspensão dos reajustes salariais de servidores públicos por dois anos foi uma “granada” colocada pelo governo Jair Bolsonaro “no bolso do inimigo”.
“Todo mundo está achando que, tão distraídos, abraçaram a gente, enrolaram com a gente. Nós já botamos a granada no bolso do inimigo – dois anos sem aumento de salário”, afirmou Guedes na reunião, cujo o vídeo foi divulgado na última sexta (22) por ordem do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, em inquérito que investiga a interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Guedes, naquele ponto da reunião, comemorava ter conseguido aproveitar a crise do coronavírus para congelar salários, o que seria a última de três “torres do inimigo”, como descreve o pacote de maldades do governo.
“E estamos agora no meio dessa confusão, derrubando a última, a última torre do inimigo. Que uma coisa é que nós vamos fazer a reconstrução e a nossa transformação econômica. A outra coisa são as torres do inimigo que a gente tinha que derrubar. Uma era o excesso de gasto na Previdência, derrubamos assim que entramos. A segunda torre eram os juros. Os juros tão descendo e vão descer mais ainda”, disse o ministro.
Em encontro por videoconferência com conferência na quinta (21), Bolsonaro pediu o apoio dos governadores para a suspensão dos reajuste de servidores até o fim de 2021. Ele planeja vetar esse ponto no projeto que sancionará de socorro financeiro a estados e municípios.
Conforme já apontou a Fórum, na mesma reunião, Guedes também insistiu na venda do Banco do Brasil. Bolsonaro chega a responder que tem um acordo para fazer isso em 2023, depois de sua reeleição. O ministro da Economia também propôs explorar jovens como mão de obra barata por meio do Exército, além de se vangloriar de sua suposta sabedoria intelectual por “ter lido Keynes três vezes no original”, em referência às obras do economista britânico John Maynard Keynes.
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Por Ricardo Ribeiro | Revista Fórum