O que é uma Matriz de Referência?
É um documento que descreve as competências, habilidades e conteúdos, objetivando a formação integral do estudante do Ensino Médio Integrado do IFPB e a superação do enfoque tradicional da formação profissional baseada apenas na preparação para execução de um determinado conjunto de tarefas.
A Matriz de Referência é fundamental para garantir a qualidade do ensino e deve proporcionar compreensão global do processo produtivo, com a apreensão do saber tecnológico, a valorização da cultura do trabalho e a mobilização dos valores necessários à tomada de decisões no mundo do trabalho.
Portanto, uma MATRIZ DE REFERÊNCIA que seja elaborada sem representação de docentes e estudantes NÃO PODE SER ACEITA.
MATRIZ DE REFERÊNCIA SEM METODOLOGIA PARTICIPATIVA, NÃO!
Aqui no IFPB, temos uma Comissão Central de Elaboração da Matriz de Referência, na qual foram propostas algumas metodologias que visavam a um formato participativo e democrático, como:
AUDIÊNCIA PÚBLICA em cada campus para escolha dos representantes para participação na comissão central e para votação, em plenária, do texto final da Matriz de Referência;
SEMINÁRIO ESTADUAL FORMATIVO com a participação de docentes de todos os componentes curriculares de cada campus, a partir do qual seriam formados os Núcleos Centrais Estruturantes;
RODAS DE CONVERSA DE CADA ÁREA DE CONHECIMENTO, transmitidas pela TV IFPB com a participação dos docentes de cada componente curricular que compõe a área e de convidados externos para ampla discussão;
PORÉM, foi aceito como metodologia um FORMULÁRIO ENVIESADO QUE REDUZ A MATRIZ DE REFERÊNCIA à não-repetição de conteúdo.
MATRIZ DE REFERÊNCIA SEM REPRESENTAÇÃO DEMOCRÁTICA, NÃO!
Atualmente, na comissão central, não existem representantes de agentes diretamente impactados pelas decisões – a exemplo de discentes e, claro, da entidade sindical que luta pelas conquistas dos/as trabalhadores/as em educação. A ausência dessas representações potencializa a reprodução de percepções limitadas, tecnicistas e, portanto, fragmentadas. Docentes de Língua Espanhola, Língua Francesa e Libras nem sequer têm espaço para responder ao formulário. Professores(as) da Formação Geral merecem o respeito de constituírem comissões multicampi como acontecerá com os docentes da formação profissional. Para os primeiros, formulários; para os segundos, comissões multicampi. Isso é integração?
MATRIZ DE REFERÊNCIA COMO GRADE CURRICULAR ENVIESADA, NÃO!
O IFPB tem o compromisso de transformar a realidade, ancorada nos pilares do Trabalho, da Ciência, da Cultura e da Tecnologia, tendo o trabalho e a pesquisa como princípios educativos. Não podemos deixar que substituam essas bases pelos PPCs de quatro ou cinco campi, que foram aprovados – pasmem! – antes da elaboração da Matriz de Referência. O que era pra ser resultado posterior à matriz está sendo usado – de forma reducionista e enviesada – para compor a matriz.
MATRIZ DE REFERÊNCIA FRAGMENTADA, NÃO!
O Projeto Político Pedagógico Institucional (PPPI) do IFPB tem como Missão: “formação de cidadãos para atuarem no mundo do trabalho e na construção de uma sociedade inclusiva, justa, sustentável e democrática” (BRASIL, 2015a, p. 17); Ideário: “a formação integral de cidadãos-trabalhadores emancipados” (Ibid., p. 21)
Só podemos cumprir essa missão se a formação geral e a formação técnica olharem, juntas, e buscarem compreender e transformar a realidade. Quando apenas uma das áreas recorta o que quer da realidade, não temos integração. Temos fragmentação e tecnicismo.
MATRIZ DE REFERÊNCIA SEM NOSSA PARTICIPAÇÃO, NÃO!
VAMOS JUNTOS CONSTRUIR UM IFPB QUE TRANSFORMA A REALIDADE!
