Durante as dezenas de reuniões realizadas entre as partes neste período, a postura do Executivo se manteve inflexível: a ideia é reajustar os vencimentos dos servidores em 21,3%, fracionado em quatro anos e projetando inflações futuras.
Na contramão da indisponibilidade de negociação do governo, o conjunto dos servidores públicos federais decidiu apresentar nova proposta de reajuste. Desta vez, os servidores pedem índice de 19,07%, mas para recompor o poder de compra perdido nos últimos seis anos.
De acordo com o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal – Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, o cálculo do novo índice abre mão dos 2% de ganho real que vinha sendo reivindicado e apenas corrige as perdas obtidas pelo funcionalismo de janeiro de 2010 a dezembro de 2015.
“A expectativa é que o governo nos chame para negociar mais uma vez até a quarta-feira da próxima semana (dia 5)”, afirma. Ele explica que a categoria tem pressa em solucionar o impasse, devido o prazo-limite para que o Executivo encaminhe ao Legislativo os projetos de lei que concedem o reajuste aos servidores. “De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o governo tem até o dia 21 de agosto para encaminhar ao Congresso os projetos que garantem o reajuste salarial dos servidores”, diz Sérgio Ronaldo.
Na última reunião com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, realizada nessa quarta-feira (29), o governo, mais uma vez, foi duro quanto à recusa de modificar a proposta apresentada ao conjunto do funcionalismo. Ele reafirmou que só há viabilidade para a concessão do índice de 21,3%, fragmentado até 2019, com a possibilidade de, no máximo, incluir no acordo uma cláusula que permite a reavaliação do percentual daqui dois anos, caso a inflação supere o valor proposto.
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Marcha em Brasília
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No dia 6 de agosto, servidores públicos federais de todo o Brasil se reunirão novamente em marcha em Brasília, na Esplanada dos Ministérios. A concentração para a atividade começa às 9h no segundo quadrante da Esplanada. Durante a marcha, os manifestantes deverão realizar atos em frente ao Ministério do Planejamento e na Praça dos Três Poderes.
“Nossa expectativa é juntar, nesta marcha, ainda mais pessoas do que a que somou a nossa última manifestação, realizada no início de julho”, avalia o secretário-geral da Condsef.
Fonte: Portal do Servidor Federal ( servidorfederal.com )