O Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, acaba de renunciar. Em sua renúncia, denunciou que o presidente Jair Bolsonaro cometeu crimes. Apesar do desgaste não ser de hoje, a gota d’água da ruptura do ministro com o presidente se deu com a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, representando troca de cúpula do Governo Federal.
O ex-juiz da Lava Jato alegou “interferência política” em sua pasta por parte de Bolsonaro, visando ter acesso privilegiado a relatórios de inteligência de investigações e controle de policiais federais. Segundo tal acusação pública, Bolsonaro quer colocar a PF a serviço de seu projeto político, o que configura evidente crime de responsabilidade.
O movimento de Jair Bolsonaro agora será o de tentar deslocar parte do centrão, como a velha política de Roberto Jefferson, para a base do governo, no intuito claro de proteger suas milícias e sua família da PF e das correntes denúncias que vêm sofrendo.
Apesar de não apoiarmos e nem confiarmos nas intenções políticas de Moro, a denúncia é grave e precisa ser imediatamente apurada. Além de Moro agir em proveito próprio, ao se aliar desde o início do governo Bolsonaro, em combater setores da esquerda brasileira, conseguindo juntar lavajatistas e bolsonaristas no falso combate a “corrupção” e luta por moralidade, o ex-ministro foi peça fundamental para que o projeto bolsonarista chegasse ao poder, inclusive com o impedimento da candidatura e a prisão política de Lula nas eleições passadas.
Reiteramos, o tom da denúncia contra Bolsonaro é grave. O presidente parece não se subordinar a nenhum poder institucional, à democracia, a ninguém. O perigo é termos um regime cada vez mais limitado aos poderes do Executivo.
A cada dia que Bolsonaro segue no poder, significa mais famílias sem renda, mais desemprego, mais brasileiros afetados pela COVID-19 e mais caos nos leitos da saúde pública.
A esquerda de conjunto e os movimentos democráticos da sociedade têm a função de subir o tom da denúncia: Fora Bolsonaro!
Crime de responsabilidade precisa ser apurado. Cabe à sociedade brasileira, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF) fazer o seu papel. Este governo representa uma ameaça não apenas à democracia no país, mas à saúde pública em tempos de pandemia. Impeachment e antecipações de novas eleições gerais e democráticas o mais rápido possível.
O SINASEFE estará no Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, 1° de maio, junto às entidades sindicais, movimentos populares e aos trabalhadores contra este governo e a retirada de direitos.
Fora Bolsonaro, Mourão e os militares!
Direção Nacional do SINASEFE
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