Material em destaque: Carolina Lopes – ASCOM SINTEFPB
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Em função da pandemia de SARS-Cov-2 passou a ser comum ouvir das pessoas (e instituições) duas coisas, aparentemente contraditórias: que situações extraordinárias demandam respostas extraordinárias e que devemos nos preparar para o “novo normal”.
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O que não se pode esquecer é que tudo o que fazemos agora define, em certa
parte, o que seremos lá na frente. E o dito “normal” é na verdade uma
construção, quer dizer, não é um dado da natureza ou o exercício, sobre todos nós, de uma força irresistível, diante da qual nossa única atitude possível é a espera e a resignação.
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No IFPB estamos atravessando um momento decisivo, no qual a Instituição
busca construir sua resposta aos impasses impostos pela grave crise sanitária
que enfrentamos. Neste sentido, a campanha IFPB Solidário tem se mostrado uma aposta acertada. Ela, porém, precisa avançar mais e para isso é fundamental que seja discutida e desdobrada a partir do Comitê de Combate ao Coronavírus afim de ser capilarizada por todo o Instituto.
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As dificuldades para o IFPB e sua comunidade começam quando as “respostas extraordinárias para problemas extraordinários” solapam a democracia interna e tentam, na asfixia do debate das nossas alternativas, impor um “novo normal” à revelia daqueles que estudam e trabalham na Instituição.
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As discussões, restritas ao Colégio de Dirigentes (CODIR), desde a suspensão
das reuniões do Comitê de Combate ao Coronavírus ainda em abril, vieram
avançando na direção do restabelecimento das atividades suspensas em março.
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De duas semanas para cá começamos a assistir em todos os campi a apresentação de trechos de duas minutas de resoluções que estabeleceriam a retomada do calendário letivo e o funcionamento do IFPB neste contexto de
pandemia e, podemos arriscar dizer, até mesmo depois dele.
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O SINTEFPB e a ASSEGT vem, reiteradamente, requerendo as cópias destes
documentos para o debate público de seus termos. Insistimos, em todos os
momentos e também agora, que qualquer medida precisa ser discutida pela
comunidade e decidida nos órgãos colegiados deliberativos do IFPB. Não
podemos aceitar que os caminhos a serem trilhados no ensino, na pesquisa e na extensão do Instituto sejam definidos sem o consentimento de sua comunidade.
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Não aceitamos que seja estabelecida a ideia de “um novo normal” que prescinda da democracia como princípio fundamental da existência do IFPB.
.Não haverá uma boa solução sem o envolvimento de todos que estudam e trabalham no IFPB.
Em defesa do IFPB público, gratuito, de qualidade e da gestão democrática do Instituto, exigimos: a) a publicação das minutas e a organização do
debate, respeitando o calendário dos campi; b) um planejamento
concreto e estruturado da inclusão digital do corpo discente, incluindo as iniciativas em torno da campanha IFPB Solidário, como pré-condição para estas discussões – Nenhum estudante fica para trás!
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SINTEFPB e ASSEGT