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A democratizção da atuação de técnicos e técnicas administrativas no IFPB

A democratizção da atuação de técnicos e técnicas administrativas no IFPB

Maria José Dantas*

Ao escrever sobre a democratização da atuação de técnicas e técnicos administrativos no IFPB, inevitavelmente, teremos que levantar uma discussão sobre a gestão educacional, que tem sido alvo de muita atenção no contexto da educação brasileira, não devendo mais ser concebida a luz de um enfoque limitado de administração racionale linear, fragmentando e reduzindo os processos educacionais a tarefas numa dimensão quantitativa.

Nessa mudança de paradigma, emerge o conceito de gestão educativa que requer práticas interativas, participativas e democráticas, caracterizadas por movimentos dinâmicos e globais, em que interagem dirigentes, funcionários e usuários, estabelecendo alianças, redes e parcerias, associados, inevitavelmente, aos esforços de responsabilidade e participação, demandando uma atuação especial de liderança e articulação, a compreensão de que a mudança de processos educacionais envolve mudanças nas relações sociais praticadas nas instituições ou sistemas de ensino.

E ao estabelecer essa relação entre gestão e democratização da atuação de agentes administrativos do IFPB, o termo democracia será concebida não como um conceito único, mas fundamentalmente como um princípio, uma ideia construída historicamente,que na direção da qualidade da educação os atores envolvidos ponderam, acreditam, valorizam e acrescentam, buscam a oportunidade de crescimento coletivo, do nós.

Para isso é imprescindível proporcionar as pessoas condições para superar as dificuldades próprias de sua participação como ser ativo em sua comunidade, e ao estimular seu desejo de auto-superação. É com base no princípio democrático estabelecer uma aliança entre o conhecimento, a reflexão, a negociação, a tomada de decisão na organização e operacionalização de práticas de caráter administrativo e pedagógico, convertendo o controle exclusivo dos processos educativos pelos administradores burocratas emresultado da ação cooperativa entre os atores sociais. Mediante uma liberdade produtiva de estudantes, pessoal docente e administrativo favorável a expressão das diversas concepções organizacional, educacional e de sociedade, posicionamentos políticos, relacionamento com o conhecimento e expectativas de participação, planejamento, avaliação e retroalimentação da gestão educacional com vista à melhoria da qualidade da educação.

É importante compreender que os sistemas organizacionais tomam a forma dos valores, atitudes e crenças que o integram. Estes são definidos como um todo, um processo dinâmico de entrelaçamento das partes, unidades ou subsistemas agrupados, de algum modo predeterminado, para lograr êxitos nos objetivos que são comuns.

Entretanto, se o IFPB tem priorizado a administração burocrática e tarefeira em detrimento de uma gestão autônoma de projeto/política e diretrizes educacionais inexiste, praticamente, esses processos intersubjetivos – de existência de contradições(pessoais, organizacionais) que interagem (conflitos, polêmicas)no nível das intencionalidades e das mudanças numa perspectiva dialética de negociação e construção –momentos democráticos em que os/asagentes administrativos/as teriam uma chance de participação significativa, de valorização e formação contínua.

A realidade constata a qualificação e a especialização por partes de técnicos/as administrativos/as na área de gestão pública no âmbito do IFPB, até mesmo uma participação significativa de técnicas e técnicos em cargos comissionados, mas com uma gestão desqualificada em termos de liderança político pedagógica, de uma cultura de planejamento e avaliação/autoavaliação que dê significado a atuação de seus atores administrativos na busca da qualidade da educação, os seus certificadoscertamente permanecerão nas gavetas e as ações gerenciais sem significado.

A previsão para os/as técnicos/as administrativos/as é da continuidade de atuação tarefeiraestática e estéril, pois não há a perspectiva de articulação dessas ações com os processos de decisão, definição de objetivos, valores e projetos a serem realizados,em conseqüência de um modelo burocrático de administração (centralização, hierarquização, padronização) .

A democracia tem bases no pensamento sistêmico pressupõe interdependência e necessidade de colaboração e lutar por qualquer processo de mudança requer uma modificação fundamental de nossa maneira de pensar e entender a natureza desse processo de crescimento, das forças que ajudam os nossos esforços e como canalizá-los.

Porém, também necessitamos compreender as forças e desafios que impedem o progresso e desenvolvimento de estratégias viáveis para atingir uma melhoria nesse processo. E atingir a democratização na atuação dos/as técnicos/as administrativos no IFPBrequer um real esforço para vencer as forças limitantes, temos que mirar juntos a totalidade, pois os sistemas organizacionais são permeados por tramas invisíveis de atos inter-relacionados que tardamanos para exibir seus efeitos, cabe a cada um de nós técnicos e técnicas administrativas reconhecer esse momento paredista como uma força ímpar a ser canalizada para a democratização da nossa atuação no IFPB.

*Peddagoga do IFPB, representante dos técnico-administrativo do CONSUPER

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